Era natural do antigo município de Santana do Matos, hoje pertencente a
Ipanguaçu. Nasceu a 1º de julho de 1883, sendo filho de Francisco Assis Cabral
e dona Joaquina Maria da Conceição. Chegou a Mossoró em 31 de dezembro de 1919,
"tornando-se mossoroense pelos seus 50 anos de vivência útil à terra e à
sua gente", segundo as palavras de Raimundo Soares de Brito. Foi professor
do Ginásio Santa Luzia, ensinou particularmente em sua residência e nas
próprias residências de alunos; lecionou ainda nas cidades de Assú, Jucurutu,
Ipanguaçú e Mossoró. Foi orador do Centro Esportivo e Presidente da citada
agremiação e foi também orador e presidente do Sport Club de Mossoró. Colaborou
na Revista "Palavras Cruzadas"; nos jornais "O Nordeste" e
em "O Mossoroense".
Casou-se com Maria Tibúrcia da Câmara Assis, com quem teve 11 filhos.
O escritor Walter Wanderlei, que era seu amigo, assim o descreveu:
"... Vejo-o, assim, nesta ressurreição pela saudade, amigo de todos, bonachão, fumando o seu cachimbo sarrento, deitado na sua espreguiçadeira, mestre das palavras cruzadas, fazendo versos, adorando acrósticos, charadista, professor de tantas gerações, homem de letras.
Fomos amigos. E entre nós existia algo de afinidade que fazia com que nossos encontros fossem marcados pelo sinete de uma amizade sincera, a despeito mesmo da distância da faixa etária em que nos achávamos situados. E isso é o que ele procurava me explicar em carta que me fez no ano de 1964; na qual dizia a certa altura: "... Entretanto, às vezes a gente vê pela primeira vez um indivíduo e sente nascer em nossa alma uma amizade e uma confiança recíproca tão positiva e completa, tão sincera, como se já fôssemos velhos conhecidos. Este fenômeno eu notei entre nós, desde o momento em que tive a oportunidade de conhecê-lo...".
O escritor Raimundo Nonato também escreveu sobre Manoel Assis: "Manuel Assis é um retrato na vida de Mossoró, que marca a intensidade de uma geração, talvez de várias gerações. É um idealista, quase utópico. Um sonhador. Amante das letras e da presença dos seus amigos. Jornalista da velha-guarda, que vendia nas ruas do Açu o "jornaleco domingueiro" para ganhar o pão da semana, amargo e ingrato pão, que nem ao menos era o de cada dia.
Homem simples e bom, interiorano, nascido na bacia das águas que se espraiam na gleba da ribeira do Açu, do Piranhas mais remoto. Representa, no seu mundo, o milagre da libertação do autodidata. Um milagre luminoso, que os deuses arrancaram das trevas, onde tudo era o nada. Portador de uma cultura invulgar. Dono de uma memória que fazia inveja àquele grego miraculoso, que a certa época sabia pelos nomes, todos o habitantes de Atenas.
Mais do que tudo, no entanto, um grande sertanejo, um espírito banhado pelo entusiasmo da brasilidade, que sonha o magnífico Brasil.
Enfim, Manuel Assis é um homem que sabe viver a vida.
Ainda agora, vivendo seus 84 janeiros, diz, risonho, para o tempo: - Quando eu ficar velho, vou escrever minhas memórias.
Um adorável filósofo."
O professor Manuel Assis faleceu em Mossoró a 24 de julho de 1969. A cidade o homenageou emprestando o seu nome a uma de suas artérias e como patrono de uma escola municipal. É também patrono da Cadeira 31 da Academia Mossoroense de Letras.
Casou-se com Maria Tibúrcia da Câmara Assis, com quem teve 11 filhos.
O escritor Walter Wanderlei, que era seu amigo, assim o descreveu:
"... Vejo-o, assim, nesta ressurreição pela saudade, amigo de todos, bonachão, fumando o seu cachimbo sarrento, deitado na sua espreguiçadeira, mestre das palavras cruzadas, fazendo versos, adorando acrósticos, charadista, professor de tantas gerações, homem de letras.
Fomos amigos. E entre nós existia algo de afinidade que fazia com que nossos encontros fossem marcados pelo sinete de uma amizade sincera, a despeito mesmo da distância da faixa etária em que nos achávamos situados. E isso é o que ele procurava me explicar em carta que me fez no ano de 1964; na qual dizia a certa altura: "... Entretanto, às vezes a gente vê pela primeira vez um indivíduo e sente nascer em nossa alma uma amizade e uma confiança recíproca tão positiva e completa, tão sincera, como se já fôssemos velhos conhecidos. Este fenômeno eu notei entre nós, desde o momento em que tive a oportunidade de conhecê-lo...".
O escritor Raimundo Nonato também escreveu sobre Manoel Assis: "Manuel Assis é um retrato na vida de Mossoró, que marca a intensidade de uma geração, talvez de várias gerações. É um idealista, quase utópico. Um sonhador. Amante das letras e da presença dos seus amigos. Jornalista da velha-guarda, que vendia nas ruas do Açu o "jornaleco domingueiro" para ganhar o pão da semana, amargo e ingrato pão, que nem ao menos era o de cada dia.
Homem simples e bom, interiorano, nascido na bacia das águas que se espraiam na gleba da ribeira do Açu, do Piranhas mais remoto. Representa, no seu mundo, o milagre da libertação do autodidata. Um milagre luminoso, que os deuses arrancaram das trevas, onde tudo era o nada. Portador de uma cultura invulgar. Dono de uma memória que fazia inveja àquele grego miraculoso, que a certa época sabia pelos nomes, todos o habitantes de Atenas.
Mais do que tudo, no entanto, um grande sertanejo, um espírito banhado pelo entusiasmo da brasilidade, que sonha o magnífico Brasil.
Enfim, Manuel Assis é um homem que sabe viver a vida.
Ainda agora, vivendo seus 84 janeiros, diz, risonho, para o tempo: - Quando eu ficar velho, vou escrever minhas memórias.
Um adorável filósofo."
O professor Manuel Assis faleceu em Mossoró a 24 de julho de 1969. A cidade o homenageou emprestando o seu nome a uma de suas artérias e como patrono de uma escola municipal. É também patrono da Cadeira 31 da Academia Mossoroense de Letras.
FONTE - MOSSOROENSE
FOTO EXTRAÍDA DO BLOG DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR MANUEL ASSIS
FOTO EXTRAÍDA DO BLOG DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR MANUEL ASSIS